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Mostrando postagens de novembro, 2021

Chouriço

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CHOURIÇO DE NÓS @Arysson Soares No Siridó Potiguar ainda se conserva a tradição de fazer do sangue de porco o melhor Chouriço Regional. Pois bem, o nosso chouriço é algo místico, tradicional, cultural e bom. Ora falar de um doce que alguns nunca ouviram falar, outros conhecem e não gosta, outros conhecem e adoram, outros conhecem e nunca provaram por pura besteira e preconceito. Aqui no Siridó de nós falar de chouriço é navegar no túnel do tempo de nossa ancestralidade e textualizar dizendo:        "É um doce de origem Moura, que os portugueses trouxeram para o nosso Brasil e os sertanejos adaptaram, especialmente num recanto de prosperidade chamado de SIRIDÓ. O CHOURIÇO é um doce típico das regiões sertanejas do Ceará, Piauí Velho, Paraíba e de nós aqui do Rio Grande do Norte, preparado à base de sangue de porco, farinha de mandioca, rapadura e temperos: gergelim, castanha de caju , leite de coco, erva-doce, cravo, canela, gengibre, pimenta-do-reino entre outros, qu...

INFÂNCIA FELIZ NO SIRIDÓ

INFÂNCIA FELIZ NO SIRIDÓ @Arysson Soares  Nasci em Caicó, fui criado em Timbaúba dos Batistas, aqui fui doutrinado por mamãe, grande mestra do bordado a Amar, Respeitar e acima de tudo tornar patriota desta gleba Seridoense. Estudei aqui toda minha vida em escola Pública e em Caicó fui aluno do Diocesano por bolsa, e prestando bem atenção naquela época era punk não tirar uma nota boa hein! Nessa época não se falava nem em bolsa família e nem vale gás. Não ganhávamos uniformes e nem material escolar, não tínhamos nem se quer telefone, aqui pra se falar com alguém tinha que ir ao posto da TELERN. As pesquisas de escola eram feitas em bibliotecas, principalmente na biblioteca da escola. O trabalho era escrito a mão e na folha de almaço como dizia mamãe em papel de enrolar rapadura. A capa dos nossos livros era de encadernação simples. Tinha dever de casa pra fazer e a educação física era de verdade( sempre odiava porque era de manhã cedo). Na escola tinha o gordo, o magrelo, oreia, qu...

Minha infância no Siridó

Minha Infância no Siridó No tempo da minha infância Nossa vida era normal Nunca me foi proibido Comer açúcar ou sal Hoje tudo é diferente Sempre alguém ensina a gente Que comer tudo faz mal Bebi leite ao natural Da minha vaca Quitéria E nunca fiquei de cama Com uma doença séria As crianças de hoje em dia Não bebem como eu bebia Pra não pegar bactéria A barriga da miséria Tirei com tranquilidade Do pão com manteiga e queijo Hoje só resta a saudade A vida ficou sem graça Não se pode comer massa Por causa da obesidade Pela manhã era saudável o que se comia Ia de leite com batata, cuscuz e gerimum Lembro de comer até angú E nada nos fazia mal Pois não se sabia quem era um tal de nescau Eu comi ovo à vontade Sem ter contra indicação Pois o tal colesterol Pra mim nunca foi vilão Hoje a vida é uma loucura Dizem que qualquer gordura Nos mata do coração Com a modernização Quase tudo é proibido Pois sempre tem uma Lei Que nos deixa reprimido Fazendo tudo que eu fiz Hoje me sinto feliz Só por ter...

Prefeito de Timbaúba dos Batistas em BRASÍLIA

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EM BRASILIA OU EM TIMBAÚBA  O TRABALHO NÃO PARA. NÃO PARA MESMO! No finalzinho da tarde desta Terça-feira (23) em Brasília, o Prefeito Ivanildinho foi recebido em audiência no Ministério da Educação pelo Ministro Milton Ribeiro. Novas parcerias entre o Ministério da Educação e a Prefeitura de Timbaúba dos Batistas formaram a pauta, na intenção continua da melhoria na educação municipal. O Prefeito agradeceu ao Ministro, o empenho para liberação de recursos que garantirão a construção das escolas de Ensinos fundamental e infantil no município. #educacaotimbauba  #emtimbaubaotrabalhonaopara  #escoladequalidade

Antônio Pereira Cangalha do Siridó

@Arysson Soares No Siridó Véi uma  das maiores fazendas de Serra Negra foi sem dúvidas nenhuma a de Antônio Pereira Monteiro, conhecido por Antônio Pereira Cangalha, por conta das penas tortas. Andando por esse sertão todo precisa-se conhecer  bem as fazendas que pertenceram ao grande fazendeiro: Dinamarca e Jerusalém. Com o desmembramento de São João do Sabugi, Jerusalém passou para aquele município. Só na fazenda Dinamarca, nasciam  dois mil e quinhentos bezerros por ano. Na seca de 1898, pastavam naquela fazenda dez mil cabeças de gado bovino. Antônio Pereira era rapaz velho ( solteirão), mas vivia junto com uma de sua escrava , e a tratava como se fosse sua legítima esposa. Pery Lamartine certo mim relatou: Um dos negócios do véi era comprar boiadas no Piauí. Lá noivou com a filha de um fazendeiro menos rico do que ele.  Num dia chuvoso, estavam laçando uma boiada e como erravam muito, Antônio Pereira, que era um exímio laçado, retirou as botas, meteu-se dentro d...

PADRE GUERRA...

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@Arysson Soares  "PELAS FRAGILIDADES HUMANAS DEIXEI OS SEGUINTES FILHOS COM FULANA E BELTRANA... O Siridó teve em Padre Guerra o seu maior Padre de toda sua história, pois bem, aqui ele pintou e bordou, mais aqui ele butou moral, edificou, semeou o bem, deu nome a nome a gente e sobrenome a muitos. Foi o maior político do império, foi amigos dos grandes mestres e transformou Caicó na Capital da Freguesia do imenso Siridó. Adorava  fazendas, sítios e pecuária, foi  bom montador e andarilho no sertão, visitava todos os conhecidos, conhecia tudim. Em cada fazenda ele plantava o bem, ensinava as coisas, doutrinava todos, era um exímio conciliador, nunca deixou um Seridoense só numa necessidade que ele não pudesse ajudar. Era um pai pra região, deu nó em pingo dágua, deu ao Siridó a melhor divisão territorial. Era um homem fascinado por Santana, padroeira do sertão. Agora teve um detalhe importante foi o primeiro homem padre e padre homem no sertão de A a Z deste B...

Muié no Siridó Antigo

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@Arysson Soares Certa vez Doutô Chiquinho Burra Cega disse:  “Quem fez o Seridó foi o boi. Então quem veio para cá foi o macho, chamado vaqueiro.”  Mais adiante conversa vai e vem Doutô Chiquinho continuou, as mulheres do nosso sertão eram submissas aos homens. Elas eram proibidas e restritas a muitas cousas. Não é a toa que se tinha a sala dos homens e das mulheres nas casas grandes do Siridó.  Pois bem, pesquisando tudo isso vimos que a principal  função social da muié nessas glebas seridoenses era de ser mãe de uma  grandiosa prole, como também ser grande mestra no lar. As meninas aqui com apenas 09 anos já  aprendiam as chamadas "prendas domésticas" que se constituíam em cuidar dos filhos, cozinhar, costurar e bordar, herança avoenga da Ilha da Madeira. No Seridó, quando as meninas se apresentavam hábeis a desenvolverem bem os afazeres domésticos – preparar os alimentos, bordar, costurar, elas eram consideradas aptas para casar. Coitadas não...

Homenagem a Zé Moreno.

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Depois de amanhã, a ANORC vai homenagear um negro velho bom, um sertanejo de pai e mãe, uma criatura que ao longo da vida amou mais os animais do que a si próprio, um homem cujo coração foi de servir ao curral, a vacinação de gado, a derrubar boi brabo, a amarrar no pé do mourão a rês, Sábado a noite é a vez dele, uma criatura que por 45 anos serviu com altizez as festas de boi, as exposições de Caicó, Currais Novos e até Mossoró. De seca a inverno ali 5 dias antes nos deixava aqui em casa e ia servir ao agronegócio, nunca negou seu amor a grande causa. Sempre foi um bom cumpridor do dever, nunca aprendeu a ler e nem se quer escrever mais fez grandes amizades, pegou o melhor gado, sabe Tintim por Tintim o abecedário da criação animal  Potiguar, lúcido, 76 anos já, leva seu dia a dia fazendo o que mais gosta, no mato e para o mato, criando e inventando laços, tornou-se o maior laçador de gado desta ribeira. Amigo de Vital Duré, Marcelo Cunha Lima, Eduardo Melo e tantos nomes que faz...

Festa do boi 2021

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Festa do Boi abre neste sábado sua 59ª edição de forma presencial, apenas para vacinados e deve gerar R$ 50 milhões em negócios       Após uma inédita e exitosa edição virtual realizada no ano passado, a tradicional Exposição de Animais, Máquinas e Equipamentos Agrícolas do Rio Grande do Norte (Festa do Boi) será retomada de forma presencial este ano e terá sua abertura oficial neste sábado (13). O maior evento agropecuário do Nordeste chega à sua 59ª edição e deve movimentar cerca de R$ 50 milhões em negócios, atraindo um público de 330 mil pessoas ao longo dos seus oitos dias. Para acesso ao Parque Aristófanes Fernandes, local onde ocorre o evento, será exigido o comprovante de vacinação em dia ou uma declaração médica de que a pessoa tem algum tipo de restrição de saúde que a impeça de se vacinar.   Com o tema “O RN QUE DÁ CERTO”, o Governo do Estado por meio da Secretaria Estadual de Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape) leva para a Festa do Boi 2021 todo o ...

Venha visitar o Espaço da Sape na Festa do Boi

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🗣Ei, psiu... contagem regressiva para o maior evento agropecuário do Nordeste, a Festa do Boi, que tem início no próximo sábado (13). 📍E como todos os anos, a Sape estará marcando presença.  ✅Com o mote “O RN QUE DÁ CERTO”, a Secretaria Estadual de Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape) leva para a Festa do Boi 2021 todo o seu leque de projetos e ações, com resultados de encher os olhos.  🐂A Sape irá ocupar um espaço novo, localizado ao lado da pista de julgamentos e da sede da Anorc, para apresentar todo o potencial econômico do agronegócio potiguar e o suporte que vem sendo dado a cada uma de suas vertentes.  🍈O espaço será dividido em ilhas setoriais, entre elas, a fruticultura, a pecuária e o camarão. Desta forma, o visitante poderá fazer um passeio pela diversidade produtiva do campo potiguar e conhecer um pouco mais do “RN QUE DÁ CERTO”.

Cacimba

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CACIMBA  @Arysson Soares Na nossa infância a cacimba dágua era algo místico, sagrado e bom pra todos no sertão. Lembro que nas fortes estiagens o negócio era cacimba boa de água, sem ferrugem, sem impurezas e com água de ótima qualidade. Cada sítio e cada dono sua cacimba de beber, a inveja era pra ser ter a mais limpa, a mais cristalina, a melhor em estrutura e de ótimo acesso. Vigi, se conhecia o nível de organização do dono pela boa condição da cacimba. Em casa os potes, tanques, da sala da frente até os banheiros tudo era na água de cacimba, chega espelhava, brilhava, cheirava. Mamãe era astuciosa certa vez no sítio fez um almoço grande, coisa de gente de posse aí perguntei que tanta comida, a resposta veio na ponta de língua daquela Galega, mininu é pra dá de almoçar os mestres. Lá pra tantas haja entrar conhecidos aí fui ver que os mestres era os trabalhadores que estavam cavando e construindo a cacimba lá nas terras de plantas. Pois bem, até nisso era bom, a cacimba tinha se...

Cerca de Pedras

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CERCAS DE PEDRAS @Arysson Soares A velha e tradicional cerca de pedras trás, para todos nós que fomos criados no Siridó, muitas boas lembranças. Quem foi de nós que, passarinhando, não pulou cercas de pedras com uma gaiola nas mãos e a baladeira no pescoço???.  Quantos de nós, mininus traquinos inventando de caçar preás e mocós nos arredores de uma boa cerca???.  Mamãe dizia cuidado, cuidado em cobras.  Fui de encontro a tradição oral do nosso povo e muitos foram os relatos de mestres cercas, cujos pagamentos eram por braças boiado ou a seco.  Historiando essas cousas velhas vi claramente que as famosas cercas de pedras do Siridó é algo sublime na nossa história é cousa até chic de guardar, zelar e manter.  São relíquias deixadas pelos nossos ancestrais. Em quase todo Siridó ainda se mantém o hábito de manter viva  essa tradição secular, em especial em Jucurutu, Caicó, Timbaúba, Acari e em outras localidades. Por fim, quem fez certamente nunca mais voltará ...